Estreado em 1919, o motor foi sendo sucessivamente adoptado por modelos da AC Cars, terminando a sua carreira no compartimento do AC Ace, em 1963.

Desenvolvido durante a Primeira Guerra Mundial por John Weller, um dos fundadores da marca, o bloco de dois litros era bastante avançado para a sua época e, mesmo na década de 60, mantinha-se surpreendentemente actual. O resistente motor tinha o bloco e a cambota, apoiada por cinco rolamentos, moldados em alumínio, camisas húmidas e cabeça em aço, o que lhe permitia uma fácil adaptação a diversos níveis de preparação e potência. Com 1991cc de capacidade, duas válvulas por cilindro operadas por uma única árvore de cames à cabeça, e alimentado por um carburador simples, o Six original debitava 40cv de potência, sendo ideal para motorizar o AC posto à venda em 1920.

O pequeno modelo, medindo apenas 2820mm de distância entre eixos e pesando uma tonelada, era assente num chassis separado em aço prensado, com reforços tubulares cruzados. Ambos os eixos eram apoiados por molas de lâmina, com a ajuda no eixo dianteiro de amortecedores de inércia. A travagem ficava a cargo de quatro tambores. Ao nível das carroçarias, a AC Cars propunha modelos Tourer de dois e três lugares e Saloon, nas versões Ace, Acedes, Aceca, Magma, Aero, entre outras.

Como forma de promover os seus automóveis, a marca inglesa promoveu, durante a década de 20, algumas quebras de recordes perto da pista de Brooklands. Mas seria a vitória de Victor Bruce no Rally de Monte Carlo, em 1926, que traria maior fama. Um ano antes, a AC Cars tornar-se-ia a primeira marca inglesa a inscrever um modelo no famoso rali monegasco e, em 1926, a vitória do primeiro piloto inglês e da primeira marca inglesa seriam efusivamente celebradas. O automóvel em questão era um Six equipado com uma original carroçaria Aceca na qual apenas existia a porta do pendura, obrigando o condutor a cruzar o banco para entrar. Na ausência de porta, o lado direito do automóvel vinha equipado com duas rodas suplentes, apoiadas num estrado. Em 1927, Mildred Bruce, a esposa de Victor Bruce, cruzaria a meta no sexto lugar, vencendo a rampa organizada nesse ano e a Coupe des Dames.