Estas tinham sido as exigências de Leonard Lord que, em 1942, encomendou um saloon de design tradicionalmente inglês, apontando directamente aos modelos da Rolls-Royce e Bentley.

A designação Princess ficou para sempre ligada ao carroçador Vanden Plas, conhecido por trabalhar com marcas tão distintas como a Rover, Rolls-Royce, Bentley, Alvis, Daimler ou Lagonda. De origem belga, a firma Vanden Plas foi fundada em 1870 como um pequeno fabricante de rodas e, mais tarde, de carruagens. Em 1900 já executavam trabalhos para as conceituadas marcas De Dion Bouton, Berliet, Germain e Packard. Por volta de 1908, a Vanden Plas empregava 400 funcionários, encarregues de construir cerca de 300 carroçarias especiais por ano.

Em 1913 surgia o braço inglês da Vanden Plas, encarregue de construir carroçarias sob licença da empresa mãe. Em 1946 a Vanden Plas tornava-se uma subsidiária da Austin Motors, ficando encarregue dos modelos Princess pouco tempo depois.

A primeira versão do Princess adoptava uma proeminente grelha vertical, faróis dianteiros de grandes dimensões (Lucas P100), guarda-lamas de corte distinto e separados com luzes directamente aplicadas. No interior, materiais nobres como a madeira e a pele, combinavam na perfeição com as fartas carpetes de luxo e eram elementos necessários para combater no mercado das berlinas de luxo inglesas.

Em 1953 o Austin A135 Princess MkIII era apresentado. Sucedendo à versão MkII, surgida três anos antes, o MkIII distinguia-se pela grelha do radiador de linhas mais fluidas. Esta sucessão de apresentações vinha no seguimento da decisão tomada por Leonard Lord de substituir o modelo original, mantendo os custos em baixa. De modo a cumprir com o caderno de encargos, os engenheiros da marca recorreram às portas do modelo Somerset-Hereford, assim como a outros componentes mecânicos.

Ao carroçador Vanden Plas foi pedido que fizesse uso do chassis longo já existente, de modo a desenhar uma nova carroçaria, que seria apresentada no Salão de Earls Court como o novo Austin Princess 4-Litre.

Ao longo dos anos, o Austin Princess foi sendo actualizado, sucedendo-se as versões com maior ou menor grau de diferenciação entre si. Intocável permanecia o motor de seis cilindros em linha, com uma capacidade de quatro litros. Em 1956 o Austin Princess era substituído pelo Princess MkIV, um modelo de design mais moderno, em que a maior novidade era a integração dos guarda-lamas na secção dianteira. No total foram construídas 350 unidades do Austin A135 Princess MkIII.

Este automóvel pertenceu a António de Medeiros e Almeida, que mandou gravar na porta, as iniciais MA, ao estilo inglês.