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Quanto ao significado da sua designação, o “8” indicava a potência fiscal, o “20” a potência efectiva. Podendo optar por vários tipos de carroçarias, algumas abertas, outras fechadas, Matos Cid optou pela mais requintada, volumosa e dispendiosa.
A Grand Landaulet tinha sido pensada para ser utilizada com motorista ou chauffeur, que viajava mais exposto aos elementos, enquanto os proprietários beneficiavam do conforto acrescido de uma cabine luxuosa. Este tipo de carroçaria pesava cerca de 200 kg a mais do que, por exemplo, a De-Course, aberta e simplificada, obrigando a um maior esforço do motor de quatro cilindros divididos em dois blocos, como era corrente na época. Os 20cv seriam, todavia, suficientes para puxarem o Benz até aos 65 km/h, embora a essa velocidade não se pudesse garantir a eficiência dos ténues travões, que actuavam apenas nas rodas traseiras. As lanternas de acetileno e a buzina foram os únicos opcionais deste Benz, que levou uma existência relativamente pacífica até à sua obsolescência.
Em Março de 1958, João de Lacerda encontrou o Benz numa garagem senhorial de Aguiar da Beira, convencendo o seu proprietário, José Maria Sobral Cid – neto de António de Matos Cid – a cedê-lo ao Museu do Caramulo, para que fosse restaurado. Os trabalhos demoraram três anos. O compartimento fechado estava em perfeito estado, não necessitando de qualquer intervenção. Desde este merecido lifting, o Benz percorreu mais de 3000 km, alguns deles em provas como o Raid Figueira da Foz-Lisboa, que cumpriu numa média superior a 45 km/h.