Porém, poucos projectos terão sido tão ousados como o uso de bicicletas dobráveis construídas especificamente para serem lançadas com os pára-quedistas britânicos durante a Segunda Guerra Mundial.

Com esse propósito, a Birmingham Small Arms (BSA) concebeu um modelo dobrável concebido para ser lançado de pára-quedas. A ideia base das bicicletas dobráveis passava por oferecer às tropas pára-quedistas um meio de transporte discreto, silencioso, sem necessidade de cadeias de abastecimentos, que pudesse cobrir distâncias significativas após os saltos e que pudesse em seguida ser abandonado quando, por qualquer razão táctica, se revelasse mais incómodo que necessário.

Desta forma, entre 1942 e 1945 foram fabricadas pela BSA mais de 60.000 bicicletas dobráveis para pára-quedistas que em seguida foram fornecidas às tropas britânicas e canadianas a tempo de serem usadas no Dia D e, posteriormente, na Batalha de Arnhem, entre outras operações menores.

Em teoria o processo era relativamente simples, pois os pára-quedistas seguravam as bicicletas dobradas, com as rodas presas à correia de suspensão do pára-quedas, enquanto saltavam dos aviões e desciam até ao solo. Duas porcas tipo borboleta, uma na parte superior do quadro e uma na parte inferior, podiam ser afrouxadas para dobrar a bicicleta ao meio, girando a roda dianteira para a direita, de modo que ela ficasse encostada junto da roda traseira num conjunto que pesava 14 kg.

Em terra, suportes presos ao quadro permitiam que os pára-quedistas prendessem as suas M1 Garand às bicicletas que, por norma, eram pintadas em verde-cáqui, embora alguns dos modelos finais fossem pintados em castanho devido à escassez de tinta verde.

Muitas foram abandonadas no decurso das operações sendo muito comum serem usadas pelos civis franceses, holandeses e belgas nos anos do pós-guerra.