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Na base do modelo estava o motor de quatro cilindros do Type 37, com 1,5 litros de capacidade, uma árvore de cames à cabeça accionando três válvulas por cilindro, e uma taxa de compressão reduzida, o que lhe aumentou substancialmente a fiabilidade, pese embora a excelente potência declarada de 50cv. Inicialmente, o motor era lubrificado através do sistema de imersão da cambota de cinco apoios, sendo este substituído, mais tarde, por um sistema pressurizado. A alimentação estava a cargo de dois carburadores Weber.
A mecânica do Bugatti Type 40 incluía ainda uma caixa de quatro velocidades com comando ao centro, e a suspensão era assegurada por molas de lâmina e amortecedores de inércia tipo Hartford à frente e atrás. Ambos os eixos eram equipados com travões de tambor. Medindo 2550mm de comprimento, o chassis relativamente curto do Type 40 foi trabalhado pela Bugatti, de forma a adaptar-se facilmente ao trabalho dos artesãos especializados em carroçarias. Mas, à saída da fábrica, a maior parte dos Type 40 eram equipados com carroçarias coupé de quatro lugares.
De Maio de 1926 a Março de 1931 foram construídas, em Molsheim, 780 unidades do Type 40, e a partir dessa data passou a ser disponibilizado o Type 40A, equipado com um motor de quatro cilindros de 1627cc. Este aumento da cilindrada foi conseguido graças à utilização de um bloco do motor de oito cilindros do Type 49, com o diâmetro aumentado para 72 mm. Ao contrário do modelo dador, o motor do Type 40A prescindia da ignição dupla em favor de uma vela por cilindro.
Com a sua carroçaria Grand Sport lacada de azul-escuro, interior grená e capota em tela preta, o Bugatti Type 40 em exposição no Museu do Caramulo é um belo exemplar do modelo de quatro cilindros da marca francesa. É, também, um dos mais originais.
Da totalidade dos Bugatti Type 40, alguns foram produzidos apenas em chassis e outros carroçados, como este, em Grand Sport, com 2+2 lugares, e uma só porta do lado do passageiro. A mecânica é, também ela muito robusta, como o comprovou a proeza espantosa realizada em 1929 por Frederico Loiseau, que fez Paris-Costa do Marfim-Paris através do Saara, percorrendo 14.500 km em 33 dias. Na sua época, era o mais apetecido automóvel de sport da juventude afortunada.