Distintos entre si pelo tamanho e tipologia das carroçarias, e ainda pelo nível de equipamento, os modelos eram bastante populares junto da clientela mais abonada. No pós-guerra eram os automóveis de maior prestígio da indústria dos Estados Unidos da América, não sendo de admirar que, no ano de 1947, a Cadillac tenha produzido 59.436 unidades.

A Series 75 veio ocupar o espaço das anteriores séries 72 e 67, mais pequenas em tamanho. Com uma distância entre eixos de 3500 mm, e uma carroçaria distinta das restantes produzidas pela marca, este modelo podia ser encomendado numa de cinco configurações Touring Sedan: com pequenos vidros laterais, com bancos adicionais de recurso; Business; Imperial de sete lugares ou de nove lugares.

Todas as versões eram equipadas com o anterior motor V8 de válvulas laterais, apresentado em 1938, com uma capacidade de 5,7 litros e 150cv de potência. Em termos de equipamento, o Cadillac Series 75 contemplava no exterior saias laterais, capot e embaladeiras em aço inoxidável, enquanto no interior o equipamento era descrito como luxuoso.

Em 1947, o Estado Português mandou comprar dois automóveis Cadillac iguais: um para o Presidente da República – Óscar Carmona – e outro para o Presidente do Conselho de Ministros – Prof. Oliveira Salazar. Até essa altura, as viaturas oficiais estavam normalizadas nas marcas e modelos. Todos os Ministros dispunham de automóveis Packard Clipper, de oito cilindros, de sete lugares e os Secretários e Subsecretários de Estado de automóveis da mesma marca, mas de cinco lugares.

Desde então, e até à sua morte, Salazar usou sempre o Cadillac que lhe estava destinado, tendo recusado um Mercedes-Benz 600 adquirido pelo Ministério das Finanças, em 1968 (automóvel que hoje está na Presidência da República), por entender que o Cadillac continuava em bom estado e servia muito bem para o seu serviço oficial.

Em Abril de 1971, menos de um ano após a morte de Salazar a 27 de Julho de 1970, o Cadillac Series 75 foi vendido em hasta pública, sendo então adquirido, por João de Lacerda para ser exposto no Museu do Caramulo. Curiosamente, o interior do modelo encontra-se em perfeito estado de conservação, por ter sido protegido com capas nos bancos, por ordem de Salazar.