Pensado pelo designer italiano Flaminio Bertoni – experiente escultor e designer industrial – como sucessor do popular Traction Avant e orientado conceptualmente por André Lefèbvre – um engenheiro aeronáutico francês – o DS aliava uma carroçaria aerodinâmica a tecnologia de ponta como nenhum outro o havia feito até então.
Principal inovação tecnológica estreada no modelo DS, o sistema hidropneumático, concebido por André Lefèbvre para o DS, utilizava a relação de pressões entre gás e óleo, de modo a gerir a suspensão, direcção, transmissão e travões. Engenhoso sistema de transmissão semiautomático, ao condutor apenas era necessário escolher a mudança que o esforço da embraiagem era feito pela pressão de óleo. O amortecimento era garantido por uma esfera contendo gás e óleo, separados por uma membrana de borracha, garantindo o amortecimento dos buracos e firmeza do rolamento.
Em 1955 a Citroën apresentou o DS21 e DS19, equipados com motores de quatro cilindros, com 2175cc (109cv) e 1985cc (90cv), respectivamente. No caso do DS21 o, novo motor era uma evolução significativa em relação ao bloco herdado do Traction Avant, estando equipado com cambota de cinco apoios e sistema Bosch de injecção electrónica de combustível. Em 1967 o modelo recebeu a sua primeira actualização estética, passando a dispor das duplas ópticas integradas e faróis capazes de acompanhar o movimento do volante, proporcionando uma iluminação mais homogénea em curva.
A partir de 1969 o DS21 equipado com injecção electrónica Bosch D-Jetronic passa a debitar 113cv, tornando-o num dos DS mais potentes, a par do DS23 equipado com uma versão de 2,3 litros de capacidade do quatro cilindros, capaz de 115cv na versão alimentada por carburadores e 130cv na versão equipada com injecção. Melhorando paulatinamente o DS, a Citroën substituiu a caixa de velocidades semiautomática, por uma caixa manual de cinco velocidades. Opcionalmente, os clientes podiam especificar os seus DS com uma caixa automática Borg-Warner de três relações. Este Citroën DS Super S, de 1973, vem equipado com a correcta caixa manual de cinco velocidades, apresentada pela marca francesa em 1970.
Em 1975, 20 anos após o início da comercialização do DS, a Citroën dava por terminada a produção do modelo, que totalizou 1.330.755 unidades.
Este automóvel foi doado ao Museu do Caramulo por José Ramos da Costa.