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Embora tenham usado motores de combustão interna a partir de 1894, os primeiros De Dion-Bouton eram movidos a vapor. Uma das suas inovações foi a forma encontrada para transmitir a potência às rodas através de veios independentes ao eixo, que era separado. Nascia assim o eixo De Dion. O ponto de viragem para a marca aconteceu em 1895, quando o seu primeiro motor de combustão interna passou à produção, equipando um triciclo. Quando Trépardoux deixou a sociedade, acreditando na viabilidade dos motores a vapor, Albert de Dion e Georges Bouton continuaram a produzir veículos a bom ritmo, apresentando em 1899 o seu primeiro automóvel. A De Dion-Bouton produzia motores cuja relação peso/potência era das melhores, desde enormes motores com arquitectura V12, a motores monocilíndricos capazes de realizar 2000 rotações por minuto. Em 1910 foi a primeira marca a utilizar um motor V8 num automóvel de produção.
Em 1896, os motores De Dion-Bouton eram utilizados por cerca de 140 construtores de automóveis diferentes.
O De Dion-Bouton 24HP do Museu do Caramulo foi encontrado por João de Lacerda em Outubro de 1962, em Penalva do Castelo, na Quinta da Ínsua. Estava em muito mau estado, apenas com chassis e carroçaria. O motor foi encontrado mais tarde no Porto.
Com a ajuda de João de Albuquerque, que doou o salvado, e de José Rodrigues Estêvão, conhecido como o Estêvão dos De Dion, o original modelo foi restaurado ao longo de dez anos.
O modelo em questão é caracterizado por possuir um chassis longo, onde assenta a carroçaria do tipo Omnibus – fabricada em Portugal – podendo levar até dez passageiros. Além do inovador eixo traseiro De Dion, o 24HP é equipado com um invulgar conjunto de caixa de velocidades e diferencial, com cárter em alumínio e lubrificação por bomba, utilizando o mesmo óleo que o motor, de quatro cilindros separados, com magneto de baixa tensão e distribuição da marca.
Depois de ter sido classificado pelo Veteran Car Club of Great Britain, ao De Dion-Bouton 24HP foi atribuído o número 1519, sendo este não só o único exemplar deste modelo, no mundo, mas também o maior e mais potente fabricado entre 1905 e 1906.