Um pequeno motociclo equipado com um motor monocilíndrico de 98cc a dois tempos, projectado por Hermann Weber – director do departamento desportivo da marca – tendo como objectivo fornecer um transporte acessível e fiável ao grande público.
De modo algo incomum na época, a RT 100 iria tornar-se popular através da competição após ter revelado um excelente desempenho no famoso e muito duro International Six Days Trial de 1935, conquistando em seguida o mercado alemão e internacional, passando a ser a motocicleta mais vendida da marca de Zschopau.
Saindo de fábrica unicamente pintada em preto semi-brilhante, a RT 100 apresentava ligeiras diferenças entre as diversas séries, tendo entre estas em comum a simplicidade mecânica, a ligeireza e o consumo frugal. Iria permanecer em produção para o mercado civil até 1940, tendo sido adquirida em apreciável número pela organização Hitlerjügend (Juventude Hitleriana) para formação dos jovens.
O exemplar aqui presente pertence a uma versão menos comum denominada gelände-ausführung (que significa “versão todo-o-terreno”), apresentando um escape semelhante ao modelo de competição, colocado numa posição mais elevada que nas RT 100 normais, para uma maior capacidade fora da estrada. Como todas as motocicletas requisitadas no início da guerra, a nossa DKW terá sido pintada na actual cor dunkelgrau (cinza-escuro) após a sua adopção pela Wehrmacht em 1940.
Refira-se, a esse propósito, que no início da guerra as autoridades requisitaram um grande número de motocicletas DKW RT 100 tendo como finalidade a sua aplicação militar em tarefas ligeiras na rectaguarda, fosse para mensageiros, serviços administrativos ou mesmo para a Polícia Militar. Após o início das hostilidades, a DKW passou a produzir o modelo RT 125, uma evolução ligeiramente mais potente, tendo em vista suprir as referidas funções no esforço de guerra.
Apesar de ter uma utilidade totalmente diversa dos modelos militares mais conhecidos – como a Zündapp KS 750 ou a BMW R75 –, a pequena RT 100 e a sua evolução RT 125 iriam desempenhar um papel discreto, mas muito útil no sistema de comunicações e transporte do Reich, libertando material pesado para a frente de combate.
Como prova do seu sucesso, a RT 100 (e sobretudo a RT 125) iriam ser copiadas por diversos países, durante e após a guerra. Assim, e após o clone pioneiro WD/RE construído pela Royal Enfield em 1942, surgiriam a BSA Bantam, a Harley-Davidson Hummer, a soviética MMZ M1A Moskva, a polaca Sokół 125 e até a Yamaha YA-1, o primeiro modelo do construtor nipónico.
Estas cópias passaram a ter cobertura legal quando a Auto Union AG foi excluída do registo comercial de Chemnitz em Agosto de 1948, perdendo os direitos sobre as patentes registadas do grupo, legalizando automaticamente as cópias da RT. Por seu turno, a DKW retomaria a construção da versão mais evoluída da RT, mantendo a produção do modelo de 125cc até 1957.









