Em 1901 era apresentado o primeiro automóvel da marca italiana com um motor de quatro cilindros verticais, montado na frente e, no ano seguinte, esse mesmo motor recebia um sistema de lubrificação à pressão.
Segundo os registos da época, um dos automóveis mais populares da Fiat em Inglaterra era o modelo 12HP, que havia beneficiado de algumas inovações tecnológicas como amortecedores de fricção, sistemas de embraiagem multi-prato, carburação automática e válvulas à cabeça do motor. Eram várias as inovações apresentadas pela equipa da Fiat.
Em 1906 o sistema de transmissão passava a ser assegurado por um veio cardan totalmente fechado, enquanto o motor passava a incorporar um starter a ar comprimido. No ano seguinte, o rudimentar bloco de cilindros separados era substituído por uma construção monobloco, enquanto a embraiagem e a caixa de velocidades eram agora unificadas com o motor.
O Fiat 12/15HP foi pela primeira vez registado em Portugal no ano de 1911, com a matrícula S-350, por Carlos Joaquim Tavares, professor de Medicina. Anos mais tarde, em 1958, foi descoberto em mau estado por João de Lacerda na garagem da Sociedade Portuguesa de Automóveis, situada na Rua da Escola Politécnica em Lisboa.
O Fiat 12/15HP foi então oferecido a João de Lacerda por Carlos Machado, engenheiro de profissão e, na altura, proprietário do automóvel.
Segundo os registos conhecidos, existem apenas mais três exemplares deste magnífico Fiat: um na cidade de Sidney, Austrália, e dois nos EUA, nas cidades de Salisbury e Newton. O do Museu do Caramulo foi restaurado com a ajuda do Engenheiro José Jorge Canelas e desde 1960 que participa em provas nacionais. Em 1962, o Rei Humberto, de Itália, foi recebido por João de Lacerda no raro Fiat e, a 3 de Junho de 1964, o automóvel foi registado no Veteran Car Club of Great Britain, com o número 798.