Através da simplificação de processos, gestão de recursos e auto-suficiência da fábrica, os custos de produção baixaram, ao ponto do preço final do automóvel diminuir dos 825 dólares, em 1909, para os 260 dólares, em 1924. Exemplo da gestão de recursos é o facto de todos os automóveis serem pretos, já que esta cor era mais barata e secava mais rápido.
Apresentado a 1 de Outubro de 1908, o modelo T manter-se-ia em produção até 31 de Maio de 1927, estabelecendo um recorde com mais de 16 milhões de unidades vendidas.
Era extremamente durável, já que todos os elementos sujeitos a esforço eram de vanádio, uma liga de aço, leve e resistente.
O motor de quatro cilindros em linha, com 2892cc – em que o bloco e cabeça em ferro fundido estavam separados – alimentado por um carburador simples, desenvolvia 20cv às 1800 rotações por minuto. A transmissão era às rodas traseiras, através de uma caixa de velocidades com duas relações, mediante três trens de pinhões epicicloidais.
A suspensão à frente e atrás era de eixo rígido, suspenso por mola de lâminas transversal, com triângulos de reacção, sem amortecedor. O chassis era constituído por estrutura de longarinas em “U”, fechadas por travessas, com uma subestrutura em aço.
Até 1909 os modelo T eram manufacturados mas, a partir desse ano, iniciou-se a produção em linha de montagem. Este exemplar é dos primeiros produzidos desta forma.
Embora tenha sido importado em 1909, só a 27 de Novembro de 1911, devido à então recente Lei, de Brito Camacho, que criava as Direcções de Viação Sul e Norte, é que o seu primeiro proprietário, António Augusto Correia, o matriculou com a chapa N-373.
Em 1927, o Ford modelo T mudou de mãos porque Manuel Menéres, depois de ter visto o automóvel na feira de Mirandela, trocou o seu moderno Ford de 1926 pelo Ford T de 1909. Menéres utilizou-o em diversos eventos, como o Rally dos Automóveis Antigos do Estoril, em Junho de 1932, o I Rali de Santo Tirso, em Julho de 1962, ou o Rallye Internacional do Estoril, em 1964.
Certificado a 29 de Maio de 1968 pelo Veteran Car Club of Great Britain com o número 1146, o Ford T do Museu do Caramulo tem o motor número 11.340, significando que, efectivamente, este é da série de 1909, ano em que o total de automóvel fabricados excedeu as 15.000 unidades.