Dentro do grupo Fiat, havia duas opiniões, aqueles que queriam a adaptação de um modelo já existente e a dos defensores de um automóvel construído e projectado especificamente para corridas, como o foi o glorioso Lancia Stratos.

O projecto foi desenvolvido através de uma estreita colaboração entre a Lancia, a Abarth e a Pininfarina e concebido de acordo com o novo Regulamento FISA para o Grupo B, que exigia a construção de 200 unidades de um automóvel de estrada, com aspectos técnicos e estilísticos muito próximos da versão de corrida.

A decisão de adoptar um motor turbo foi inicialmente considerada, mas a Lancia não foi capaz de o desenvolver e construir em pouco tempo. A solução da tracção às quatro rodas foi também descartada, preferindo não se aventurar em soluções técnicas complexas que pudessem criar falhas de segurança. O principal pressuposto era ser concebido de modo a ser possível uma fácil reparação e substituição mecânica durante o tempo de assistência num rally.

Com tracção apenas nas rodas traseiras e com a potência de um motor central que ultrapassava os 325cv, ajudado por um sistema Abarth Volumex com pressão entre 0,60 e 0,90 bares, o Lancia 037 conseguiu vencer o Audi Quattro no Campeonato do Mundo de 1983.

Foi apresentado na sua forma final no 59º Salão Automóvel de Turim, em Maio de 1982, obtendo de imediato um sucesso enorme junto de jornalistas e entusiastas da marca, que se aglomeraram para o ver.

O Lancia 037 venceu seis provas do Campeonato Mundial de Ralis, conseguindo assim conquistar o título que escapava há sete anos, desde o tempo do Lancia Stratos.

O fim da participação do 037 nos rallys deu-se em 1985 de forma trágica, custando a vida ao piloto Attilio Bettega no Tour de Corse.