Tal como o Lotus Elan, também o Lotus Europa fazia uso de um chassis de aço em forma de duplo “Y”, que servia de apoio aos componentes mecânicos. No entanto, ao invés de montar o motor em posição central dianteira, o Lotus Europa tinha o seu motor aplicado em posição central traseira, tendo sido o primeiro da sua espécie a garantir uma produção em massa.
Gerado a partir das ideias pioneiras de Colin Chapman, o Lotus Europa era equipado com um sistema de suspensão independente às quatro rodas, muito semelhante ao utilizado nos automóveis de Grande Prémio da altura, além de uma carroçaria moldada a partir de uma única peça de fibra de vidro. O motor escolhido para o novo Lotus foi uma unidade Renault com 1470cc de quatro cilindros, oriunda do Renault 16, sendo este acoplado a uma caixa de quatro velocidades. Debitando 82cv de potência, o motor francês era suficiente para levar os 686 kg do modelo aos 180 km/h de velocidade máxima.
Em 1971, a versão TwinCam do Lotus Europa foi apresentada ao público, passando a figurar como a mais potente da gama. Equipada com o motor bigvalve de quatro cilindros, com 1558cc de capacidade e dupla árvore de cames à cabeça, o novo Europa Type 74 contava com 115cv de potência para animar os seus 730 kg de peso. Para acompanhar a nova motorização, a caixa de velocidades escolhida foi uma unidade Renault de quatro relações. Adicionalmente, a carroçaria sofreu alterações no desenho, de modo a providenciar maior visibilidade pelo óculo traseiro.
Poucos meses depois do Europa TwinCam ser apresentado, Mike Kimberley, Engenheiro Chefe responsável pelo projecto Europa TC, dava ordem para equipar os novos automóveis com carburadores Dell’Orto ou Weber, combinação celebrizada no Lotus Elan Sprint. Baptizado Europa Special, o renovado modelo passava a debitar 126cv de potência, sendo proposto com uma caixa de cinco velocidades Renault como opção. Pesando 740 kg, o Special tinha uma velocidade máxima de 198 km/h, acelerando dos zero aos 100 km/h em apenas sete segundos.
Em homenagem aos Campeonatos do Mundo de Fórmula 1, conquistados em 1972 e 1973 pela Team Lotus, foi criada uma série numerada do “Special”, baptizada Europa John Player Special. Lacadas a preto, com faixas douradas e placa numerada correspondente, a série tornou-se sinónimo do modelo, sendo ainda hoje uma das mais procuradas.
Este automóvel foi doado ao Museu do Caramulo por Francisco da Cruz Martins.