Tal como naqueles modelos, o Merak tinha um propulsor montado na posição central traseira, mas em vez das configurações V8 destes, utilizava o já celebre V6 concebido por Giulio Alfieri para o original e revolucionário Citroën SM. Sendo mais compacto que as propostas das outras marcas, o motor estava instalado em posição longitudinal, permitindo que este modelo tivesse um pequeno banco traseiro.
Para o Merak, o diâmetro foi aumentado, elevando a capacidade de 2675cc para 2965cc. Desenvolvia 190cv às 6000 rotações por minuto, graças aos três carburadores Weber de duplo corpo. A marca declarava uma velocidade máxima de mais de 240 km/h. Utilizava alguns sistemas hidropneumáticos, como o sistema de travagem, embraiagem, e o mecanismo das ópticas escamoteáveis. A caixa de cinco velocidades é de origem Citroën, já que este modelo foi desenhado durante o período em que a Maserati era propriedade da marca gaulesa.
A construção é um monocoque com uma estrutura tubular traseira acoplada, que suporta o motor e a suspensão. Já a carroçaria, desenhada por Giugiaro, é idêntica ao Bora, irmão mais velho do Merak, principalmente na zona frontal, apenas com alterações de pormenor. Na traseira, Giugiaro optou por uma abordagem mais tradicional, com o capot plano que incorpora alhetas para a extração do ar quente do motor. Para equilibrar o perfil, dois pilares ligam o tejadilho à traseira, sendo estes amovíveis para facilitar a manutenção do propulsor.
No interior, nota-se a utilização de componentes Citroën, como o tablier, a instrumentação e o volante de raio único. Foram construídas 630 unidades com esta configuração inicial. Mais barato que o Bora, o Merak deveria, no entanto, honrar a tradição Maserati, pelo que tinha de ter o design apelativo, ser veloz, confortável, fiável e solidamente construído.
Tal como muitos automóveis desportivos da época, sofreu com uma crise petrolífera no início dos anos de 1970 e logo a seguir com a mudança da propriedade da marca. Ao contrário do Bora, o Merak continuaria a ser produzido até ao início dos anos de 1980, com uma curiosidade: aquando do seu início de produção, a marca não seguiu a tradição de baptizar os seus modelos com nomes de ventos. Desta vez, a Maserati olhou para a constelação Ursa Maior e deu-lhe o nome de uma estrela.