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Ao contrário do que sucedia nos modelos anteriores da classe S, a letra K significava compressor e não curto. Entre 1933 e 1934 foram produzidas apenas 157 unidades do modelo 380K, a maioria Cabriolet tipo A, B e C. Sucedeu-lhe o 500K (W24), dos quais foram produzidas 342 unidades e, finalmente, o 540K (W29), num total de 419 unidades.
Equipado com um inovador motor de oito cilindros em linha, de 3,8 litros de cilindrada, com uma árvore de cames lateral e válvulas à cabeça, o novo topo de gama alemão distinguia-se, mecanicamente, pelo uso de suspensão independente, com braços em forma de “A” na frente e, atrás, braços oscilantes, molas helicoidais nas quatro rodas e ainda travões hidráulicos. A transmissão, presa ao chassis através de um subchassis em aço, era ligada às rodas traseiras por meio de uma caixa de quatro velocidades totalmente sincronizadas. Todas estas características conferiam ao W22 um comportamento bastante elogiado.
Depois de mais de 20 anos a produzir motores de seis cilindros, a Mercedes-Benz aventurou-se na produção de um oito cilindros em linha, alargando substancialmente a sua oferta e criando, dessa forma, uma sólida base de trabalho, que lhe permitiria vir a equipar uma berlina do calibre do MB 540K ou um monolugar tão dominador quanto o W25 de Grande Prémio. A gama 380 estava disponível com quatro versões diferentes do bloco de oito cilindros: três equipadas com um compressor tipo Roots e uma normalmente aspirada. As potências variavam entre os 90cv, para a versão simples, e os 120 a 144cv, para as versões K. À saída da fábrica de Sindelfingen, o Mercedes-Benz 380 estava disponível com as carroçarias Convertible, Sedan, Tourer e Sports Tourer.
Do automóvel apresentado no Museu do Caramulo, o 380K, tipo C, com duas portas, quatro lugares e com apenas dois vidros laterais, foram produzidas 44 unidades. Duas delas chegaram em 1934 a Portugal, tendo uma delas sido adquirida pelo médico Guilherme Pereira Caldas, que nesse ano ganhou o 1º Prémio de Elegância do Estoril.
A ficha desta viatura, conservada ainda pela fábrica de Estugarda, ilustra a encomenda do veículo feita pelo agente da marca em Lisboa, Sociedade Comercial Mattos Tavares, Lda., a 30 de Janeiro de 1934, tendo sido embarcado para Lisboa em 24 de Março do ano seguinte. Comprado por João de Lacerda, em 12 de Março de 1956, foi totalmente reconstruído na oficina particular de Harry Rugeroni, na Rua Tomás Ribeiro, em Lisboa, conservando o estofo de couro de origem, por estar ainda em óptimo estado. Apenas seis automóveis deste tipo se conhecem na posse de coleccionadores.