Em 1900 Sylvain e Jacques De Jong construíam o seu primeiro carro, e até 1904 várias experiências foram levadas a cabo. Inúmeros protótipos foram construídos, a par dos motociclos, mantendo-se sempre a Minerva como símbolo.

O primeiro salto tecnológico da marca deu-se em 1905, com a substituição da tradicional construção das carroçarias em madeira por uma mais robusta em aço. Além disso, a transmissão passava a ser assegurada por um veio de cardan, ao invés das normais correias.

Embora as Minervette fossem bastante bem sucedidas no mercado, a Minerva fez dos modelos de maiores dimensões o seu principal negócio. Muitas vezes equipados com motores com mais de seis litros de capacidade, os carros eram de qualidade semelhante aos que marcas como a Mercedes ou a Rolls-Royce produziam na altura.

Em 1908 os irmãos De Jong apresentavam pela primeira vez nos seus modelos a tecnologia de válvulas de manga. Desenvolvida pelo americano Charles Y. Knight, esta tecnologia era caracterizada por produzir motores bastante silenciosos. Porém, o elevado consumo de óleo e consequente libertar de um espesso fumo negro, tornava-a indesejável para outros construtores. Mas mesmo com as suas desvantagens, a tecnologia foi utilizada pela Minerva até ao ano de 1937.

O modelo Minerva 20HP “Torpedo”, assim denominado devido à sua carroçaria parcialmente construída em alumínio, de seis lugares tipo all-weather, desenhada pela casa D’Ieteren – Fréres de Bruxelas, data do ano de 1923.

A 3 de Junho de 1924 o modelo foi vendido em Portugal pelo agente da marca, Casal Lda., com sede na Rua do Comércio nº50 em Lisboa, ao senhor Henrique de Seixas.

Equipado com um motor de quatro cilindros, com 3560cc de capacidade, do tipo Knight, com magneto Scintilla, os cerca de 1.900 quilogramas de peso podem atingir uma velocidade máxima de 100 km/h, sendo apenas travados pelo mecanismo de travão de pé no eixo traseiro e de mão à transmissão. A caixa de velocidades tem quatro relações de desmultiplicação.

O Minerva 20HP “Torpedo” foi descoberto por João de Lacerda no sucateiro Adelino de Assunção, onde foi comprado a 12 de Março de 1956 pela quantia de cinco mil Escudos, sendo totalmente restaurado nas oficinas do Museu do Caramulo no ano de 1991, conservando os estofos de origem.