Seguindo essa estratégia, em 1901 a marca apresentava no Salão de Paris um pequeno modelo. Baptizado de “Bébé”, este era equipado com um motor monocilíndrico com 652cc de capacidade. Pensado para o público em geral, o primeiro “Bébé”, não alcançaria um número de vendas significativo, sendo descontinuado pouco tempo depois.

No início da década de dez do século passado, a Peugeot voltou a desenvolver a sua gama automóvel mais popular, contando, para isso, com a ajuda de Ettore Bugatti. Enquanto isso, no outro lado do Atlântico, a marca do leão alcançava, em 1913, uma impressionante vitória nas 500 Milhas de Indianápolis, com o primeiro modelo de sempre a ser equipado com um motor de quatro cilindros e duas árvores de cames à cabeça. O feito do piloto Jules Goux entrava directamente para a história da marca, assim como o projecto desenvolvido por Bugatti.

Apresentado no Salão de Paris, o Bugatti Type 19 passaria a ser construído em Sochaux pela Peugeot, como o modelo “Bébé”, alcunha que gracejava não só com o seu diminuto tamanho, mas também com o facto de este ser um verdadeiro utilitário, demonstrando um avanço técnico substancial face ao primeiro modelo “Bébé”.

O que distinguia este “Bébé” dos seus rivais, era a qualidade do trabalho de Bugatti e o rigor de fabrico da Peugeot. Estas condições resultavam numa grande facilidade de utilização e economia, com a particularidade de, tendo em conta o seu tamanho, ser também bastante veloz, já que atingia cerca de 60 km/h de velocidade máxima.

Isto devia-se, sobretudo, ao avançado motor monobloco, com as válvulas em T, que debitava 6cv de potência às 800 rotações por minuto. Montado em posição longitudinal dianteira, o bloco de quatro cilindros tinha a capacidade de 855cc e era alimentado por um carburador simples. A ignição era por magneto e a transmissão era às rodas traseiras por cardan, com caixa manual de três velocidades não sincronizadas.

Fiel à tradição da Bugatti, a suspensão ficava a cargo de eixos rígidos, com molas de lâmina semielípticas e amortecedores de fricção Truffault. Os travões eram de tambor apenas nas rodas traseiras.

Ao contrário do habitual na época, estava disponível apenas com carroçaria torpedo de dois lugares, com todo o equipamento acessório como capota, pára-brisas e faróis incluídos.