O desenvolvimento do Porsche 911 Turbo fez-se a partir do motor de três litros do Carrera 3.0, uma unidade que havia chegado ao limite do seu desenvolvimento, mas que ao ser equipado com um turbo-compressor ainda revelava alguma margem de manobra.
De forma a manter sobre controlo toda a potência do novo modelo, foram levadas a cabo, pelos engenheiros da Porsche, modificações ao nível da transmissão, carroçaria e suspensão. Na frente, a suspensão recebia um sistema anti-afundamento, enquanto atrás os braços da suspensão eram reforçados tal qual o haviam sido no Carrera RSR de competição. A condizer com as novas dimensões de pneumáticos, o 911 Turbo recebia amortecedores mais duros e barra de torção traseira reforçada.
Mantendo as mesmas dimensões exteriores da caixa de velocidades Type 915, a versão Type 930 contava apenas com quatro relações, com carretos mais resistentes, de modo a transmitir toda a potência às rodas traseiras. Curiosamente, o nome do primeiro modelo de estrada da Porsche, equipado com um turbo-compressor, advém do baptismo da caixa de velocidades.
As alterações mecânicas impostas no modelo 911 Turbo permitiam-lhe atingir uma velocidade máxima de 250 km/h. Os 200 km/h eram atingidos em menos de 20 segundos, sendo estas as prestações do automóvel de estrada que, em 1974, era considerado o mais rápido do mundo.
Em 1976, as primeiras alterações ao modelo 911 Turbo eram feitas pelos engenheiros da Porsche. Um novo processo de fabrico das carroçarias, mergulhadas em zinco, permitia aumentar a garantia anti-corrosão para seis anos. Um ano depois, o modelo mais rápido do catálogo da Porsche voltava a ser alvo de modificações, algumas delas bem mais profundas e relevantes do que aquelas que haviam sido efectuadas meses antes.
Esteticamente, o modelo passava a ter como opção uma lista de cores exteriores mais alargada, condizente com as jantes especiais redesenhadas e o nível de equipamento do interior melhorado. Novos sistemas de ventilação e anti-roubo passavam a figurar de série e os botões de controlo da ventilação passavam a ser iluminados, fazendo companhia à consola central redesenhada. Mecanicamente, o 911 Turbo beneficiava da adição de bombas de combustível revistas, sensor eléctrico da pressão do turbo e comutador de segurança. Pivot no comportamento do modelo, a caixa de velocidades Type 930 era revista nos seus sincronizadores, enquanto que, na suspensão da frente, uma barra estabilizadora com 20 mm de espessura substituía a anterior de três peças. O circuito de travagem passava a incluir de série um servofreio de vácuo, Type T52, enquanto a embraiagem era equipada com uma mola auxiliar por forma a facilitar o seu funcionamento.
O ano de 1977 seria o último para o motor de três litros, já que em 1978 era apresentada a versão de 3,3 litros do motor boxer. Este, equipado com um turbo-compressor semelhante ao utilizado anteriormente, taxa de compressão aumentada para 7:1, e um intercooler no circuito do turbo-compressor de modo a manter a temperatura de funcionamento sempre no nível óptimo, aumentava a potência de 260cv para 300cv, enquanto a velocidade máxima passava a ser de 257 km/h.