Dotado de uma plataforma exemplarmente construída e sem dever nada ao Peugeot 205, o seu grande rival, o motor era o velho conhecido Cléon-Fonte lançado em 1962, aqui com alguns detalhes para o tornar mais actual, como uma capacidade de 1397cc e um turbo-compressor. A receita não tinha qualquer novidade: um motor potente montado numa estrutura leve e com bastante agilidade. Desenvolvia um total de 115cv de potência, com um binário de 165 Nm, o que aliados a somente 840 kg de peso total conseguia com que este modelo demorasse menos de oito segundos a chegar aos 100 km/h, algo reservado na época a automóveis com 200cv ou mais…
Com uma suspensão e um sistema de travagem bastante evoluídos, o GT Turbo permitia ritmos de andamento nunca vistos no segmento dos desportivos compactos. Era um daqueles casos em que, apesar das origens algo humildes, batia e envergonhava automóveis bastante mais caros e com outro pedigree.
Em 1987 foi lançado o GT Turbo Fase 2 com ligeiros melhoramentos mecânicos: um novo sistema de ignição e o turbo-compressor passou a ser refrigerado a água, colmatando assim o problema de refrigeração deste órgão. Esteticamente distinguia-se pelas jantes de liga leve, pára-choques e abas dos guarda-lamas de novo desenho. Estas mudanças permitiram uma ligeira melhoria aerodinâmica e a potência passou para 120cv. O modelo foi descontinuado em 1991, tendo sido substituído pelo Clio 16V.
Tendo em vista estas capacidades, o GT Turbo foi aproveitado para competição desde logo, tendo a Renault Portuguesa um programa de aquisição bastante vantajoso para quem o pretendia adquirir para correr.
O exemplar em exposição foi o primeiro GT Turbo a entrar em Portugal. Propriedade da equipa de competição da Renault Portuguesa, foi pilotado por Edgar Fortes que se sagrou campeão nacional de Grupo N, em 1985.
Depois da relativamente breve carreira em competição, ingressou numa vida civil vindo a ser comprado mais tarde, por Moisés Martins, um dos Chefes do Serviço de Competição da Renault Portuguesa, até ter sido adquirido pelo Museu do Caramulo onde foi recuperada a configuração original e a decoração de competição. O automóvel tem agora a decoração original com que correu na Rampa do Caramulo em 1985, prova que também venceu nesse ano.