Revelado ao mundo em 1935, o novo modelo apenas retinha dos seus antepassados o facto de ter um chassis separado das carroçarias, fornecidas pelos fabricantes de luxo que normalmente trabalhavam para a marca e a imponente grelha. Tudo o resto era uma evolução significativa face ao passado, a começar no sofisticado motor V12.
Concebido pelos engenheiros da Rolls-Royce, o motor com 7,4 litros de capacidade utilizava tecnologia desenvolvida nos motores R-Type e Merlin, utilizados na aviação, construídos em liga leve e com válvulas accionadas hidraulicamente. Embora a potência do motor nunca fosse anunciada, esta era suficiente para levar o modelo a atingir velocidades superiores aos 140 km/h, dependendo do tipo de carroçaria escolhida pelo cliente. Mas, num modelo como o Phantom III, não era a velocidade máxima o factor mais importante, mas sim o nível de conforto proporcionado aos seus clientes, pessoas que exigiam o melhor de um automóvel, comparável em preço aos modelos mais luxuosos de marcas como a Hispano-Suiza ou Mercedes-Benz.
De forma a garantir um nível de conforto de rolamento apreciável, a Rolls-Royce tratou de equipar o seu modelo com suspensão independente no eixo dianteiro, desenvolvida previamente pela General Motors, facto que obrigava a marca inglesa ao pagamento de um prémio por cada unidade fabricada. A produção do Phantom III terminaria em 1939, com o início da Segunda Guerra Mundial, e por esse facto foram apenas construídas 710 unidades entre 1936 e 1939, tornando-o no mais exclusivo dos Rolls-Royce pré-guerra.
Em 13 de Julho de 1937, o automóvel é comprado pelo Príncipe de Berar, filho do Nizam de Hyderabad, na Índia, que encomenda à Windovers uma carroçaria especial, tipo Cabriolet, mas adaptada e recheada de acessórios para a caça: faróis, porta-armas, estribos e tudo o mais, que acabaram por transformar esta linda carroçaria pintada de branco, num automóvel exótico e estranho.
Com vista à recepção da Rainha Isabel II, na sua visita a Portugal em Fevereiro de 1957, o Presidente da República, Marechal Craveiro Lopes, decide adquirir um Rolls-Royce descapotável. Harry Rugeroni é enviado a Inglaterra para tal, mas como não consegue comprar em novo o desejado modelo, opta pela solução de aproveitar o antigo Rolls-Royce do Príncipe de Berar, que tendo regressado a Londres em 1950, fora expurgado de todas as fantasias do nobre indiano.
A 28 de Março de 1957, o modelo recebeu a matrícula DD-30-92, passando a estar ao serviço da Presidência da República, tendo transportado personalidades como o Presidente Eisenhower e os Papas Paulo VI e João Paulo II.
Este automóvel foi doado ao Museu do Caramulo pela Presidência da República Portuguesa.