Arrendou uma fábrica no Quai Nacionale em Puteaux, e iniciou a produção do Type A1, equipado com motor de dois cilindros de 10 a 12cv de potência e, mais tarde, com a opção de motor de quatro cilindros.
O Unic Type A1 do Museu do Caramulo tem carroçaria de dois lugares, sendo um dos primeiros chassis que a marca produziu. Tem motor bicilíndrico de 1800cc, com ignição por magneto, produzindo 12cv. O baixo peso de 830 kg e a caixa de três velocidades permitem-lhe atingir a velocidade máxima de 60 km/h.
O modelo foi encomendado à fábrica da marca francesa em Puteaux, no dia 15 de Junho de 1909 – conforme a factura da época – por Jacinto Manuel Faleiro, de Castro Verde, tendo então custado a quantia de 9008,50 francos.
No final da década de 60, o Unic é oferecido por Jacinto Faleiro, seu único proprietário durante meia centena de anos, a João de Lacerda, procedendo-se então ao restauro. Aproveitando o facto de o automóvel estar muito bem conservado, depois de ter sido armazenado no Alentejo, depressa foi restituída a forma inicial que o Unic apresentava quando saiu da fábrica, com a sua carroçaria Double-Phaeton, caracterizada por ter assentos traseiros desmontáveis a dar lugar a um porta-bagagens.
Depois de ter sido totalmente restaurado, o Unic participou em várias provas nacionais e internacionais, entre as quais o Rally Tatry-Ostrava, na antiga Checoslováquia, em 1977, o Rallye d’Occitanie, Toulouse, em 1978, e na comemoração dos 99 anos do rali Paris-Rouen em 1993. Em Portugal, participou no II Rally Donas Elviras, em 1962.
Além de ser um dos primeiros automóveis produzidos pela marca francesa, o Unic Type A1 do museu tem, na sua especificidade e raridade, dois dos seus maiores valores.
Calcula-se que a produção da Unic, até ao início da Primeira Guerra Mundial, tenha sido de 30.000 veículos, mas sobreviveram apenas 160 viaturas. De acordo com o Club Unic, existirão apenas dois exemplares do Type A1, com o exemplar do Museu do Caramulo a ser classificado pelo Veteran Car Club of Great Britain com o número 939.