Esta exposição temporária foi produzida pelo Museu do Caramulo com o apoio da Galeria Cristina Guerra Contemporary Art, Lisboa e da Galeria Fernando Santos, Porto, bem como do BPI e da Câmara Municipal de Tondela.
“Esta é uma exposição sobre estradas. E curvas. E sobre velocidade. É uma exposição sobre a meta e sobre tudo o que é velocidade neste tempo imóvel. Eu vou sozinho, ao volante do automóvel que vai cortar a meta. E olho para o lado. E, nesse micro segundo, descubro o acidente inicial e quero ser o lado de fora. Quero ser a berma, o cão vadio, o vagabundo ou o espectador. E ir para o sítio onde a velocidade abranda. Nesse sítio, de fora, vejo a máquina a passar num vroooommm descendente de efeito doppler.
“Rush” é a recta com uma curva no fim. É onde termina a berma, onde passa o cão vadio e o vagabundo. Todos olham para o photofinish do automóvel em alta velocidade num freeze desfocado. E é esse ponto final, no cruzamento das bandeiras em xadrez, do tempo-parado-automóvel, o sítio da velocidade máxima. É a recta da meta! (Sim, esse é o segredo).
Agradeço ao Juliano Garcia Pessanha, escritor brasileiro, meu amigo, ter-me recordado onde está a “berma”, o “cão vadio” e o “vagabundo”. Porque espectadores já todos sabemos que somos.” (João Louro).
Sobre o artista
João Louro (1963) vive e trabalha em Lisboa. Estudou arquitectura na Faculdade de Arquitectura de Lisboa e pintura na Escola de Arte e Comunicação. O seu trabalho engloba pintura, escultura, fotografia e vídeo.
Natural descendente da Arte Conceptual e do Minimalismo, João Louro ensaia no seu trabalho ultrapassar o paradigma romântico, dando protagonismo ao espectador que, segundo o artista, é o único que poderá completar a obra de arte.