O Museu do Caramulo reforçou o seu núcleo de Arte Chinesa, ao integrar, no seu acervo, um Covilhete do período da Dinastia Qing (1644-1911).

A decoração do Covilhete, representativa da Família Verde, caracteriza-se pela inclusão de esmaltes policromos sobre cobre, com a predominância do esmalte verde sobre as outras cores. A Dinastia Qing foi a última dinastia imperial da China, sucedida pela República da China.

Para Tiago Patrício Gouveia, Director do Museu do Caramulo, “esta doação vem enriquecer o actual espólio de arte chinesa do museu, simbolizando o espírito altruísta dos coleccionadores que está na génese do Museu do Caramulo”.

Doado ao museu por António Bela Morais Patrício Gouveia, o Covilhete já se encontra em exposição, podendo ser visto de terça-feira a domingo, durante o horário de expediente do museu.

Sobre o Covilhete

China – Dinastia Qing (1644-1911), século XIX

Cobre decorado com esmaltes policromos

A. 2,3 cm Ø 15 cm

Covilhete de forma circular e paredes arredondadas, assente sobre pequeno pé. É pintado com esmaltes policromos, incluindo vários tons de verde, cor-de-beringela, cor-de-rosa, amarelo, azul, vermelho-ferro, cor-de-laranja e preto, tudo sobre um fundo branco. Ao centro, é decorado com uma cena de exterior com três figuras, ladeadas por rochas escarpadas com arbustos e ramos floridos, diante de montanhas pintadas alternadamente de azul e cor-de-laranja sob um sol vermelho-ferro. Uma senhora chinesa, com um elaborado chapéu de abas e lenço na cabeça, e vestido verde com gola amarela, atravessa uma ponte de pedra montada num cavalo malhado, e segura um ramo desabrochado na sua mão esquerda. É acompanhada por uma figura que se encontra de pé e de costas para o observador, que transporta uma cabaça às costas. Na ponte, uma outra figura, possivelmente um servente, carregando uma sombrinha ao ombro. A cena é rodeada por quatro reservas ovais, cada uma contendo um ramo com flores cor-de-rosa e cor de beringela, reservadas a branco sobre um fundo verde com enrolamentos de flores e frutos, incluindo pêssegos. No exterior, o covilhete é pintado de branco e contém a marca shang xin [‘para apreciação’], ao centro. Os bordos em cobre não são revestidos com esmalte.