Depois do enorme sucesso alcançado pelas exposições temporárias “Feito à Mão: Cerâmica Portuguesa de Autor no Século XX” e “João de Lacerda: O Coleccionador Visionário”, que já receberam mais de 15.000 visitantes desde a sua abertura em Outubro do ano passado, o Museu do Caramulo acaba de anunciar o seu prolongamento, ficando as mesmas patentes até 19 de Maio de 2024.
“Feito à Mão: Cerâmica Portuguesa de Autor no Século XX” engloba aquela que será certamente a mais abrangente selecção de cerâmica de autor (por norma, feitas à mão e únicas) do século XX alguma vez apresentada em Portugal. Com o objectivo de dar, pela primeira vez, uma visão geral da produção nacional, trazendo para a esfera pública o que ainda hoje permanece largamente desconhecido, “Feito à Mão” conta com cerca de 150 peças tridimensionais da Colecção Pedro Moura Carvalho, a vasta maioria das quais nunca antes exposta. Inclui peças Arte Nova, Art Déco, e outras inspiradas em movimentos artísticos como o surrealismo, o brutalismo e o abstraccionismo, nomeadamente o geométrico e o figurativo. Com uma apresentação cronológica, cobre o período entre o final do século XIX e o início do presente.
Com “João de Lacerda: O Coleccionador Visionário”, os visitantes têm acesso à história daquele que, enquanto entusiasta, via na sua paixão pela velocidade um elemento que apenas tinha paralelo no apreço pela história do automóvel e dos seus protagonistas.
De facto, não é possível compreender a colecção automóvel do Museu do Caramulo sem conhecer um pouco da história do seu fundador. Desde cedo, o jovem médico especializado em pneumologia tornou-se exímio a combinar as suas responsabilidades profissionais com a actividade automobilística. Foi piloto aos fins-de-semana, em rampas, ralis e circuitos, sempre com automóveis provavelmente demasiado modestos para as suas capacidades de volante.
Participou regularmente em provas míticas como as Mille Miglia e o Rallye de Monte-Carlo, em muitas ocasiões, como único representante português, conseguindo resultados que mostravam o seu talento inato. Quando as obrigações familiares lhe impuseram outras cautelas, dirigiu o seu entusiasmo para os automóveis antigos. Em 1955, comprou, num impulso, um Ford T abandonado, que restaurou cuidadosamente. Foi o primeiro da futura colecção – a sua – o complemento perfeito para a obra que o seu irmão Abel lhe deixou para concluir. Foi precisamente com este momento visionário que daria início ao fenómeno do coleccionismo ligado a veículos e à mobilidade, em Portugal, e cuja história é possível contemplar não apenas em “João de Lacerda: O Coleccionador Visionário”, mas também no âmbito da colecção permanente do museu.
Apesar da previsão de encerramento já no próximo dia 5, ambas as exposições ficam, desta forma, patentes por um prazo prolongado em duas semanas até ao dia 19 de Maio, podendo ser visitadas no horário de verão habitual do Museu do Caramulo.